terça-feira, 15 de setembro de 2020

O que é que Swami lhe disse para fazer?


O que é que Swami  lhe disse para fazer?
Pergunta 3: Pode dizer-nos estas duas coisas? Primeiro, a que horas acorda todas as manhãs e, segundo, qual é a sua prática espiritual? O que é que Swami lhe disse para fazer?
Resposta: Como viajamos a maior parte do tempo ao redor do mundo e os fusos horários diferem, não tenho um horário específico para acordar diariamente. Alguns dias, acordo às 6 da manhã; às vezes, acordo mais cedo; outras vezes, estou cansado e levanto-me muito mais tarde. Depende do que fiz no dia anterior. Nós viajamos, falamos, conhecemos muita gente, ficamos cansados, daí Swami não ter definido qualquer horário para nós.
Inicialmente, quando comecei a seguir este caminho, Ele era muito rigoroso comigo. Vinha e acordava-me por volta das 4:30 - 4:45 da manhã.
Acordava-me, independentemente da hora em que me tivesse deitado - e fazia-me passar por certas práticas. Ele fazia-me lavar a cara e os pés e pedia-me para me sentar todos os dias no mesmo tapete para rezar. Fazia-me acender uma lamparina, depois pedia-me para fechar os olhos e meditar, enquanto falava. Portanto, a minha meditação era apenas ouvir o que Ele dizia. Era como uma meditação guiada. Ele fazia isto todos os dias de manhã durante quase 45 minutos. Em seguida, pedia-me para tomar o meu chá e ir dar um passeio e apanhar ar fresco. Depois voltava e tomava banho. Após o banho, regressava ao quarto de Swami e discutíamos algumas escrituras, como o Viveka Choodamani, o Bhagawad Gita e outras semelhantes. Swami começou por ensinar-me o Viveka Choodamani. Abordamos vários capítulos juntos, depois discutimos muitos capítulos do Bhagawad Gita, versículo por versículo. Às vezes, Ele dava um discurso espiritual geral que durava cerca de uma hora. Em seguida, tomava o meu desjejum. Depois do desjejum, mandava-me fazer uns trabalhos e depois voltava para almoçar. Eu serviria então o almoço a Swami e teria o mesmo almoço depois. Em seguida, pedia-me que fizesse uma sesta à tarde, pois tínhamos acordado cedo, o que faço até hoje. Depois disso, ficaria novamente ao serviço de Swami para fazer o que Ele quisesse. À noite, reunia-me com Ele para uma conversa pessoal de cerca de uma hora, durante a qual daria mensagens, instruções ou orientações. Estes eram os primeiros dias, quando o trabalho era menor.
Passávamos a maior parte do tempo só a falar um com o outro. Ele era muito rigoroso com o que eu comia. Na verdade, uma vez disse-me: "Não comas comida feita pela tua mãe, porque parte do apego que ela tem por ti virá através da comida.” Ele dizia-me o que comer e quando comer, e também o que não comer. Dizia-me especialmente para não comer fritos, para não comer fora, e para não aceitar nada de ninguém. Eu até tinha a minha própria garrafa de água! Não bebia de mais nenhuma garrafa. Mais ninguém se podia sentar na minha cama. Ninguém se podia aproximar do meu quarto. Ele colocou-me muitas restrições nos primeiros dias, que segui meticulosamente.
Agora que o trabalho se expande e cresce como está, Ele tem sido muito brando comigo. Entro no Seu quarto sempre que é suposto fazê-lo. Todos os dias há uma altura em que nos encontramos e falamos, mas, na maioria das vezes é sobre trabalho; muito raramente discutimos temas espirituais. No entanto, gosto quando Swami fala de temas espirituais, como durante as viagens aos Himalaias, Mathura, Brindavan, etc. É quando podemos ouvir Swami falar as mais elevadas verdades espirituais da maneira mais simples, e é quando está no Seu melhor.
Portanto, se me perguntarem sobre algum sadhana em particular, não há realmente nada de formal que faça, a não ser estar disponível para Ele. No entanto, para estar sempre disponível para Ele, foi preciso algum sadhana, pois tive de abandonar todas as minhas ideias, amizades, associações e aspirações – e tudo o que pudesse ser um obstáculo para eu estar sempre totalmente disponível para Ele. Ser algo é muito fácil, mas não ser nada é muito difícil. Foi isso que Swami me ensinou a ser, como parte do meu sadhana.
Por último, antes de concluir, devo dizer algumas palavras aos irmãos estudantes que aqui estão, pois muitas coisas do mundo ainda não lhes entraram na mente e as corromperam. Talvez seja o momento certo para todos eles aprenderem as coisas corretamente.
Irmãos, antes que demasiadas pedras sejam atadas aos vossos pés, antes que as vossas asas sejam cortadas e não possam mais voar, este é o momento de descolar para o divino. Gostaríamos de ver os nossos alunos não apenas como Thyaga Jeevis (homens de sacrifício e serviço) ou sevaks (servidores), mas como Jeevanmuktas (seres realizados), caminhando destemidamente como leões, sem medo de nada. Swami diz: “Não se esqueçam que são crias de leão, não são ovelhas. Mesmo que se tenham perdido num rebanho de ovelhas, continuam a ser crias de leão.”
Penso que é altura dos alunos o fazerem, se ao menos pudessem levá-lo a sério. Shraddhavan jnanam labhate – só quem é sincero é que alcança a sabedoria. Está na hora de fazer alguns esforços e o esforço é imprescindível.
Swami está presente para nos puxar muito rapidamente. Se fizerem um pequeno esforço, um pequeno passo em direção a Ele, Ele dará cem passos em direção a vocês. Swami disse que as pessoas riem-se Dele dizendo: “Porque é que este Sai Baba está a falar de Advaita a estudantes tão jovens?”, mas depois disse: “Prahlada, Nachiketa, Dhruva e Markandeya alcançaram Deus numa idade muito jovem. Eram todos jovens, mas puderam fazê-lo muito rapidamente porque ainda não tinham entupido a cabeça com ideias extravagantes do mundo.” Portanto, é fácil também para os jovens estudantes, pois só têm pequenos obstáculos. Podem aproveitar ao máximo esta oportunidade.
Acreditem, não é que, se o fizerem, não possam fazer mais nada. Muitos jovens dizem: “Quero ser um soldado porque quero combater os inimigos na fronteira e trazer glória ao país. Quero ser um oficial do IAS e pôr todo o sistema em ordem, eliminar a corrupção, eliminar a anarquia”, e tudo mais.
Depois, há quem diga: “Quero ser médico, ir para o canto mais remoto do mundo e tratar os doentes.” Todos querem ser heróis, mas as nossas escrituras descrevem um herói como alguém que vai pelo Atma e não por outra coisa qualquer. Isso é heroísmo de acordo com a nossa cultura indiana. Portanto, se querem realmente ser heróis, “Atmano mokshartham jagat hitaya cha,” - sejam heróis do gênero que se liberta a ele ou ela própria, juntamente com a emancipação do mundo das suas misérias. Swami disse: “Se se levantarem como o sol no céu, não têm de fazer mais nada; a vossa própria presença mudará o mundo inteiro. Só têm de se levantar.”
Alguém disse: “Swami, estou a apaixonar-me por Ti.”
Swami respondeu: “Não caias de amores, ergue-te no amor.”
Ergam-se como sóis, sóis espirituais nos céus espirituais, e o mundo
inteiro cuidará de si mesmo. A vossa simples presença será redentora. É issoque Swami espera de nós, de cada um de nós, especialmente dos estudantes, porque muito é investido neles e muito se espera deles. Eles têm de se levantar - não há escolha! Se pensam que há escolha, que ‘Eu posso ser ou não possoser Deus’, esqueçam! Têm de ser Deus - não há escolha. Só há um caminho - esse é o caminho a seguir, ser Deus. Não há outro caminho, nem para o lado, nem para trás. É assim que se deve pensar. É preciso queimar todas as pontes, pois não há como voltar de onde viemos. Swami tem grandes expectativas de todos nós, portanto não devemos decepcioná-Lo. Isso é muito importante.
Sejam heróis desta natureza espiritual.
Quando tudo isto começou, um estudante amigo meu telefonou-me para me ridicularizar. Ele disse: “Que disparate estás a dizer? Porque dizes que Swami fala contigo e fazes isto e aquilo por Ele? Que desperdício do teu tempo! Não enganes mais as pessoas.” Eu senti-me muito mal naquela  altura, sei de onde veio esta resposta, mas foi assim que respondi: “Vê irmão, no último ano, alguns dos meus amigos casaram e as suas fotos estão por todo o Facebook. Alguns dos meus amigos tiveram filhos e estão a celebrar isso no Facebook. Outros amigos foram promovidos e estão a celebrá-lo nas redes sociais. Mas aqui estou eu, a fazer o que estou a fazer. Não sei se Swami fala comigo ou se eu falo com Swami, mas orgulho-me de ter passado o último ano, não a conseguir uma promoção, uma esposa ou uma família, mas a ajudar a estabelecer um hospital onde se salvou a vida de 500 crianças. Essa é a minha conquista. Além disso, foram abertas duas escolas e foram admitidos algumas centenas de alunos. Eles já não estarão nas ruas; não serão mendigos. Não serão um fardo para a sociedade; serão autônomos e até ajudarão os outros.
Essa é a minha conquista para este ano. Se achas que tudo isto é um desperdício, tudo isto é uma tolice e uma fraude, então deixa estar, não me interessa.” Isto foi o que eu lhe disse ao telefone. Esta é a minha conquista; este é o meu heroísmo. Estou feliz, estou orgulhoso. Hoje, posso bater no peito e dizer: “Passei os últimos cinco anos de forma muito resoluta.” 
 Nos últimos cinco anos, os meus amigos passaram de um Maruti para um Mercedes; de um apartamento de dois quartos para uma villa; de uma família de dois para uma família de quatro. Talvez tenham visitado alguns lugares do mundo e tenham recebido algumas recompensas. São estas as suas conquistas; isso é tudo o que se podem vangloriar. Mas tenho pena deles. Que desperdício de cinco anos! Se o quisessem, podiam ter ajudado ou salvo algumas crianças algures.
Estou muito orgulhoso e quando alguém pergunta: “O que é que conseguiste? Tenho muito orgulho em contar aos meus amigos tudo o que temos feito e estamos a fazer. É claro que agora já não falam mais comigo, e isso é bom! Se falarem, se alguma vez me telefonarem, vou dar-lhes esta resposta: “Sou um herói porque escolhi Deus acima de todo o resto e isso ajudou-me a conseguir muito.” Estou muito feliz e orgulhoso!
Portanto, quero que cada um dos meus irmãos tenha orgulho, como eu.
No final das vossas vidas, deveriam olhar para trás e dizer: ‘Esta foi uma vida que valeu a pena viver. Foi uma vida em que cada momento foi saboreado e passado da forma mais proveitosa.’
Estamos a ficar sem tempo de forma que responderei a outras questões da próxima vez. Com a permissão de Swami, poderemos reunir-nos para discutir alguns destes temas espirituais pelo menos uma vez por mês.
Muito obrigado por esta oportunidade. Sai Ram.


Fonte: trecho extraído de

 https://saiprakashana.online/web/pt/booklets-pt/from-the-heart-5-pt




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