De Shirdi Sai para
Sathya Sai
Quando
o discípulo está pronto o próprio Guru o procura. A história de como esse jovem
chega a Swami é rica em aprendizados e divinas lições. Um seguidor fervoroso de
Shirdi Baba, Srivasta Saiputra negava veementemente o avatar Sathya Sai como a
reencarnação de Shirdi Baba. Mas uma série de eventos divinos em sua vida mudou
tudo isso.
Nascido
e criado em Bangalore, Srivasta é formado em Economia pela Universidade de
Bangalore. Trabalhou em uma empresa de gestão de riscos por mais de três anos,
antes de mudar-se para Sathya Sai Grama, Mudenahali sob o comando de Bhagawan.
Ele agora trabalha como coordenador de cooperação na Fundação Sri Sathya Sai
Premamrutha Prakasana e na Rádio Sanathana Vani.
Nasci em uma família que,
desde a quarta geração, venerava Shirdi Baba como seu Deus e Guru. Assim, não
foi difícil para mim aceitar Shirdi Baba como meu Deus. Isso me veio
naturalmente. O que não veio foi a adorar a Sathya Sai Baba como o avatar de
Shirdi Baba. Se isso se deveu ao meu amor e devoção a Shirdi Baba ou à pura
ignorância, eu não sei, mas como família, nunca havíamos acreditado no avatar
Sathya Sai, até aquele dia especial. O dia que mudou minha vida!
O Triplo Avatar
O triplo Avatar Sai era um conceito
um tanto estranho para mim. Eu nada sabia sobre isso e recusei considerá-lo,
mesmo quando um amigo me contou a respeito, há muitos anos. Eu acreditava em
Shirdi Baba e em suas palavras e, segundo o meu conhecimento, não havia nenhuma
menção à tripla encarnação Sai no Sai Satcharitra (biografia de Shirdi Sai). Eu
não queria nem pensar no assunto e, assim, a história da tripla encarnação não despertou
meu interesse. Mas tudo mudou naquele dia fatídico de novembro de 2011, quando
Shirdi Baba decidiu revelar-me Sua presença como o avatar Sathya Sai.
Eu era um voluntário regular no
"Sai Mandir" (templo de Shirdi Sai), no sul de Bangalore. Em novembro
de 2011, a fundação do Sai Mandir decidiu celebrar o aniversário de Sathya Sai
Baba como um tributo a Ele. Era o primeiro aniversário após o Seu Samadhi e o Mandir queria fazer sua
homenagem. Enquanto voluntário o meu dever era cuidar da imagem de Shirdi Sai e
dos pujas (adorações) conduzidos no
salão em frente ao templo principal. Na noite do dia 22, os outros voluntários
e eu terminamos, tarde da noite, de decorar o mandir, o salão de bhajans
(cânticos devocionais) e o salão do templo e fomos para casa. Cheguei em casa
por volta das 2h:30 da manhã e caí direto na cama, já que teria que ir ao
mercado de flores de manhã cedo para preparar para a função no templo no dia
seguinte, 23 de novembro. Nessa noite fui abençoado com esse incrível sonho que
transformou minha vida.
No sonho, Shirdi Baba, vestindo numa
túnica branca, apareceu diante de mim e começou a me repreender por não
acreditar na tripla avataridade! Ele então explicou para mim o conceito,
citando palavras e frases do próprio Sai Satcharitra, no qual acreditava
fervorosamente. "O que é que você duvida quando Eu estou presente em
todas as formas de vida neste universo? Eu estou presente em todos os santos e
gurus. Abra seus olhos internos e você verá esta verdade" –
Capítulo 32, tópico – A Busca, em Sai Satcharitra.
Enquanto me explicava Ele ficou muito
zangado, tirou Seu turbante e o jogou na minha cara. Enquanto O fitava
estarrecido e minha mente ainda tentava entender o que acontecera, a cena mais
linda se desenrolou. Lentamente, porém com clareza, a forma de Shirdi Sai se
metamorfoseou na de Sathya Sai, com Seus característicos cachinhos, olhos
cintilantes e um princípio de sorriso. Sathya Sai Baba então limpou Seu rosto e
Suas mãos e me dirigiu um olhar interrogativo, como se me perguntasse quem eu
pensava que Ele era! Enquanto eu lutava para assimilar os eventos, Baba se
aproximou de mim com um sorriso matreiro e perguntou: "Você ainda não
acredita em mim?"
Enquanto meu sonho terminava com essa
nota, ele deflagrava a largada para uma das fases mais movimentadas de minha
vida. Desnecessário dizer que acordei um homem transformado. Que sonho
revelador! No dia seguinte, entretanto, não tive tempo de sentar e ponderar
sobre o significado do sonho. Logo que acordei corri para o mercado para buscar
as flores e então cheguei ao Sai Mandir. Havia muito trabalho a fazer. Enquanto
fazia minhas tarefas no Mandir, minha mente seguia revivendo o sonho,
repetidamente. Senti uma sensação de choque e entorpecimento. Era muito para
segurar. Todo o meu sistema de crenças havia sido desafiado.
Mas, como era Sua vontade, Baba ainda
não havia terminado! À tarde quando fui ao salão aonde o aniversário de Sathya
Sai Baba era celebrado, ingressei em uma nova experiência divina. O salão
estava adornado de flores, apresentando uma linda cenário. Havia uma jula (balanço) artisticamente decorada
com flores, que balançava suavemente ao ritmo dos bhajans, com um retrato de Sathya Sai Baba no centro. Por um
momento, enquanto fiquei ali, observando a grandeza da ocasião, Sathya Sai
Baba, apareceu na jula em carne e
osso! Ele olhou para mim e acenou com a cabeça, como para me lembrar uma vez
mais, de que Ele era realmente o meu Shirdi Baba, que voltou como Sathya!
Em breves momentos, o redemoinho
interno com o qual lutara o dia inteiro, se desfez por si só - meu coração e
minha mente não mais precisavam de provas! Era realmente o meu Shirdi Baba, o meu
Sathya Sai Baba!
Enquanto meu coração saltava em
bem-aventurança, tendo encontrado o Deus e Guru que tanto adorava, não pude
evitar me sentir mal por ter perdido a impagável oportunidade de ter visto e
servido a Sathya Sai Baba, quando estava presente fisicamente. Ai! Que
oportunidade perdida, lamentava meu inconsolável coração! É uma sorte rara sermos
contemporâneos de Deus, mas é um azar ainda maior não termos consciência disso.
Eu
sabia que não podia fazer muito quanto à oportunidade perdida, então decidi
compensar seguindo o caminho do serviço, no qual viveu Sathya Sai Baba. Essa
seria minha oferta de amor para Ele, pensei. Então entrei para um Centro Sai
próximo, onde encontrei um irmão Sai que era o Coordenador de Jovens de Serviço.
Sob sua orientação comecei a trabalhar voluntariamente em Brindavan (o Ashram de Swami em Bangalore) e no Instituto Sri Sathya Sai de
Ciências Médica Superiores, em Whitefield, Bangalore. Estava vivendo uma vida
de sonho - minha vida se tornou alegre e imersa em bem-aventurança.
De Sathya Sai a Sukshma Sai
Um ano depois, em 2012, um dos irmãos
Sai me falou sobre o Seva do Desjejum, um serviço único de oferenda
(levar às crianças pobres das escolas públicas, diariamente, o café da manhã)
que estava sendo planejado. Nessa época, eu havia completado os meus estudos e
começado a trabalhar em uma empresa de gestão de risco corporativo. O trabalho
era de alta pressão e meu único descanso era o tempo que passava na escola
pública do vilarejo, fazendo o seva do desjejum. Embora o trabalho no escritório
me ocupasse muito, conseguia ir ao vilarejo uma vez por mês.
Dois anos depois, em 2014, aconteceu
de encontrar o mesmo irmão Sai que havia me ajudado a ser seva na Organização
Sai. Ele então me revelou os acontecimentos em Mudenahali, sobre a presença
contínua de Swami na forma sutil e Sua missão. Ele levou um grupo de nós até o ashram. Assim que vi o irmão Madhusudan,
lembrei de um sonho com Swami que tivera há um ano atrás. No sonho, Swami
segurava a mão do irmão Madhusudan e caminhava pelos arredores. Claro que,
naquela época, não fazia ideia de quem ele era. Mas quando o vi em Mudenahali,
soube que Swami me havia trazido ao lugar certo.
Tendo novamente encontrado meu Senhor,
estava determinado a não perder mais nenhuma oportunidade de servi-Lo desta
vez! Imediatamente passei a ter um papel ativo nas atividades de serviço em
Mudenahali.
A Conexão Kodai
Em maio de 2015, tive oportunidade de
servir a Swami durante Suas "férias" em Kodaikanal, a estação montanhosa
de Tamil Nadu, que Ele frequentou em anos anteriores. Era uma oportunidade de seva
de duas semanas e eu havia diligentemente pedido uma licença no meu escritório.
Ainda que minha licença houvesse sido oficialmente aprovada, eles a cancelaram alguns
dias antes do seva. Fui então convocado ao escritório do vice-presidente da
companhia. Ele me informou que haviam cancelado meu pedido de licença e me
pediu para continuar trabalhando, pois estava em jogo um projeto crucial. Meu
coração afundou. Eu havia esperado tanto por esta oportunidade de servir a
Swami, para ficar preso a uma situação que me afastava do seva que meu coração
tanto aguardava. Não querendo deixar passar sem lutar, argumentei
apaixonadamente com ele, expressando a inevitabilidade do meu pedido de
licença. Ele me pediu para deixar o emprego, se a licença fosse assim tão
importante para mim. O que dizer, estava feliz com sua resposta! Eu o agradeci,
no meu coração, pela oportunidade que me proporcionou de servir a Swami e saí
do escritório como um homem mais feliz.
Logo começaram as minhas duas semanas
de êxtase em Kodai. Não contei a ninguém, exceto minha mãe, sobre a perda do
emprego, mas o onisciente Swami sabia sobre isso. Durante a sessão do dia 17 de
maio com os sevas, em Kodai, Ele falou publicamente sobre como eu havia deixado
meu emprego para fazer o seva. Ele então me chamou à sua cadeira, me abençoou e
me assegurou de que Ele iria cuidar de mim e que, em breve, me abençoaria com
um emprego melhor.
Câncer Cancelado
Nesse momento minha fé no meu Swami
havia crescido aos saltos. Nada poderia abalar minha confiança Nele, nem o fato
de minha mãe ter sido diagnosticada com câncer. No fim de maio de 2015, durante
o segundo dia do Curso de Verão de Cultura Indiana e Espiritualidade em
Mudenahali, descobri que minha mãe estava com uma suspeita de um cisto
canceroso no útero. Logo antes do Swami vir para o darshan, ela me ligou e informou que iria fazer um exame e que o médico
suspeitava que o cisto pudesse ser maligno. Disse a ela para manter sua fé em
Swami e não se preocupar. "Swami cuidará de você", assegurei.
Naquela tarde, quando Swami veio para
o darshan, Ele veio direto até mim e
me perguntou sobre minha busca por emprego. Então, logo antes de se virar, Ele
disse: "Amma Jagrata"
(cuide de sua mãe).
Depois, naquela semana, quando minha
mãe foi ao médico discutir o curso de ação e repetir o exame, uma agradável
surpresa a esperava. Os exames saíram perfeitamente normais, sem nenhum sinal
de câncer ou mesmo de cistos! Todos os relatórios e diagnósticos foram
verificados, mas nada podia explicar o "milagre óbvio".
Era o cartão de visitas que
conhecíamos - Ele havia cancelado o câncer (cancer
cancelled)!
Visão interior e intuições
Num momento em que deveria estar
inundado de preocupações quanto a conseguir um emprego, eu flutuava de felicidade
pela amada proximidade do Deus pelo qual meu coração tanto ansiou. Meu mundo se
resplandecia com as muitas experiências de alma que Swami me concedia.
Swami me abençoava frequentemente com
Suas visões e, às vezes, até durante os darshans
públicos. Quando estava em Kodai prestando seva, tive a sorte de ter Seu darshan numa vez em que Ele saiu de
carro para um piquenique com estudantes e convidados. Eu O vi sentado no banco
da frente do jaguar e, como se para reconhecer o que eu O via, Swami me olhou e
sorriu.
Em outra ocasião, vi Swami outra vez
no carro, mas desta vez em Mudenahali, durante o Curso de Verão.
Outra ocasião ainda, foi quando eu O
vi dando um discurso durante o Athi Rudra
Maha Yagna, em outubro de 2015. A Seu comando, servia na equipe de webcast, quando O vi sentado na cadeira,
dando o discurso. Até então eu achava que Swami olhava para o irmão Madhusudan,
quando fazia os discursos. Mas nesse dia eu vi que Swami olha para os devotos,
enquanto fala para eles.
Embora essas visões fossem curtas em
duração, foram longas o suficiente para selar minha fé em Swami, por vidas e
vidas.
O Emprego dos Sonhos
Enquanto Swami sempre me
perguntava amorosamente sobre a minha busca por emprego, meu foco continuava
exclusivamente nele. Não me preocupava em encontrar um emprego. Sabia que viria
no tempo certo, por Sua vontade.
Aqui,
gostaria de compartilhar um sonho revelador. Foi tão real que me dá arrepios a cada
vez que penso nele. No sonho, estávamos tendo um puja para Sri Anantha Padmanabha Swami, na minha casa. Ao final da
adoração, minha mãe me pediu para ter o namaskar
da divindade, mas quando fui fazer o namaskar, fiquei surpreso ao ver que todas
as oferendas feitas foram para o trono de Swami e não para o altar especialmente
criado para a veneração de Anantha Padmanabha Swami. Então eu fui ao quarto de puja, aonde era mantida a foto de
Anantha Padmanabha. Logo que entrei no altar vi a linda foto de Anantha Padmanabha
Swami com uma aparência magnífica e vívida. E quando cheguei mais perto, Swami
saiu da fotografia e me perguntou: "Anantha Padmanabha Swami ni choostava?"
(Você quer ver a divindade Sri Anantha
Padmanabha?) Eu respondi em afirmativo. Segurando minha mão, Swami me levou
para um tour cósmico, através do
Bramhanda Loka (mundo de Bramhan), através do Ksheera Sagara (o oceano de
leite) e através das sete portas de Vaikunta Loka (mundo paradisíaco). No
final, pude ver o majestoso Anantha Padmanabha ou o próprio Shirman Narayana em
pessoa, recostado na enorme Adishesha (serpente). Estava tão capturado pela beleza do Senhor que não me dei
conta de que Swami não estava mais perto de mim. Assim que percebi sua
ausência, Ele apareceu no lugar de Anantha Padmanabha, recostado na Adishesha!
Ele então veio até mim e me
perguntou: "Viswarupam Chustava?" (Você quer ver Viswarupam – a forma
cósmica universal?). Antes que pudesse dizer sim, Swami assumiu uma forma
gigantesca. Ele era tão grande que não podia ver Seu rosto. Havia uma luz
brilhante saindo do seu corpo. Era tão clara que, após um momento, não pude mais
suportar e comecei a gritar de dor. Swami então se encolheu a um tamanho menor
e então Se transformou na forma de "Viswarupam". Foi uma visão tão
poderosa! Depois de um momento, Ele assumiu outra vez Sua forma e me trouxe de
volta pela mesma rota, mas desta vez até Mudenahali.
Voltei com Swami a seu quarto, onde o
irmão Madhusudan aguardava por Ele. Quando chegamos, o irmão recebeu as bênçãos
de Swami e ambos saíram para o darshan e o satsang.
Depois de um tempo os dois retornaram e Swami me abençoou dizendo: "Você
em breve trabalhará para mim".
Em outro sonho, Swami me levou para
uma inauguração perto de Mudenahali e depois do evento me perguntou se eu
queria trabalhar para Ele em Mudenahali. Eu disse que sim. Ele então me instruiu
a aprender sobre as Upanishads, os grandes santos indianos e suas histórias, etc.,
pois isso me ajudaria em meu futuro emprego. Acenando em consentimento eu então
Lhe perguntei quando deveria começar e Swami respondeu: "Logo, logo.
Preciso organizar as coisas para você". Isso foi em junho de 2015.
Em novembro de 2015, fui abençoado
com outro sonho. No sonho eu almoçava numa folha de bananeira, junto com a
família Sai. Do nada, um menino com cerca de seis anos de idade vem até mim e
me pergunta sobre trabalhar para Ele em Mudenahali. De novo digo sim. O
menininho assente em reconhecimento e diz: "Você será chamado em breve.
Minhas bênçãos estão com você". Dizendo isso o menino sai. Logo, um dos
irmãos Sai senta ao meu lado e me conta que aquele era ninguém menos que Prema
Sai!
Há alguns anos, eu havia, veementemente,
negado a teoria da tripla encarnação e aí estava eu, sendo visitado em meus
sonhos pelos três Avatares!
Como percebi depois, os muitos sonhos
Sai, estavam apenas me preparando para o emprego dos sonhos.
Um mês depois, em 14 de dezembro de
2015, Swami me pediu para juntar-me à Fundação Sri Sathya Sai Premamruta
Prakashana e à recém lançada Rádio Sanathana Vani. Há exato um ano antes eu havia ido a primeira
vez a Mudenahali para receber o darsahn
de Swami!
O que posso dizer? Minha vida completou
um círculo completo, com Swami em seu centro, na periferia e em tudo mais. Sei,
em meu coração, que isso é apenas o começo da minha vida preenchida por Sai e
que o melhor ainda está por vir.
Com amor Sairam
Srivasta Saiputra
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